sábado, 28 de janeiro de 2017

Um RAP Verdadeiro e Brasileiro

Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar
Minha auto-estima não é fácil de abaixar
Olhos abertos fixados no céu
Perguntando a Deus qual será o meu papel.
Fechar a boca e não expor meus pensamentos
Com receio que eles possam causar constrangimentos
Será que é isso? Não cumprir compromisso
Abaixar a cabeça e se manter omisso.
A hipocrisia, a demagogia se entregue à orgia
Sem ideologia, a maioria fala de amor no singular
Se eu falo de amor é de uma forma impopular
Quem não tem amor pelo povo brasileiro
Não me representa aqui nem no estrangeiro
Uma das piores distribuições de renda
Antes de morrer, talvez você entenda
Confesso para ti que é difícil de entender
No país do carnaval o povo nem tem o que comer
Ser artista, Pop Star, pra mim é pouco
Não sou nada disso, sou apenas mais um louco
Clamando por justiça, igualdade racial
Preto, pobre é parecido mas não é igual
É natural o que fazem no senado
Quem engana o povo simplesmente renúncia o cargo
Não é caçado, abre mão do seu mandato
Nas próximas eleições bota a cara como canditado
Povo sem memória, caso esquecido
Não foi assim comigo, fiquei como bandido
Se quiser reclamar de mim, que reclame
Mas fale das novelas e dos filmes do Van Daime
Quem vive no Brasil, no programa do Gugu
Rebolo, vacilou, agachou e mostrou
Volta pra América e avisa pra Madonna
Que aqui não tem censura meu pais é uma zona
Não tem dono, não tem dona, nosso povo ta em coma
erga sua cabeça que a verdade vem à tona.
É! Mantenho minha cabeça em pé!
Fale o que quiser, pode vir que já é!
Junto com a ralé Sem dar marcha ré!
Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé !
Soldado da guerra a favor da justiça
Igualdade por aqui é coisa fictícia
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho
Preconceito sem conceito que apodrece a nação
Filhos do descaso mesmo pós-abolição
Mais de 500 anos de angústia e sofrimentos
Me acorrentaram, mas não meus pensamentos
Me fale quem... Quem!?
Tem o poder... Quem!?
Pra condenar... Quem!?
Pra censurar... Alguém!?
Então me diga o que causa mais estragos
100 gramas de maconha ou um maço de cigarros?
O povo rebelado ou polícia na favela?
A música do Bill ou a próxima novela?
Na tela, seqüela, no poder corrupção
Entramos pela porta de serviço
Nossa grana não
Tapão ... só pra quem manda bater
Pisando nos humildes e fazendo nosso ódio crescer (CV)
MST, CUT, UNE, CUFA (PCC)
O mundo se organiza, cada um a sua maneira
Continuam ironizando
Vendo como brincadeira, besteira
Coisa de moleque revoltado
Ninguém mais quer ser boneco
Ninguém mais quer ser controlado
Vigiado, programado, calado, ameaçado
Se for filho de bacana o caso é abafado
A gente é que é caçado, tratados como Réu
As armas que eu uso é microfone, caneta e papel
A socialite assiste a tudo calada
Salve ! Salve ! Salve!
Oh ! pátria amada, mãe gentil
Poderosos do Brasil
Que distribuem para as crianças cocaína e fuzil
Me calar, me censurar porque não pode fala nada
É como se fosse o rabo sujo falando da bunda mal lavada
Sem investimento, no esquecimento, explode o pensamento
Mais um homem violento
Que pega no canhão e age inconseqüente
Eu pego o microfone com discurso contundente
Que te assusta uma atitude brusca
Dignificando e brigando por uma vida justa
Fui transformado no bandido do milênio
O sensacionalismo por aqui merece um prêmio
Eu tava armado mas não sou da sua laia
Quem é mais bandido? Beira mar ou Sérgio Naya?
Quem será que irá responder
Governador, Senador, Prefeito, Ministro ou você?
Que é caçado e sempre paga o pato
Erga sua cabeça pra não ser decepado
É! Mantenho minha cabeça em pé!
Fale o que quiser pode vir que já é!
Junto com a ralé Sem dar marcha ré !
Só Deus pode me julgar por isso eu vou na fé !
Como pode ser tragédia a morte de um artista
E a morte de milhões, apenas uma estatística ?
Fato realista de dentro do Brasil
Você que chorava lá no gueto ninguém te viu
Sem fantasiar realidade dói
Segregação, menosprezo é o que destrói
A maioria é esquecida no barraco
Que ainda é algemado, extorquido e assassinado
Não é moda quem pensa incomoda
não morre pela droga, não vira massa de manobra
Não idolatro a mauricinho da Tv, não deixa se envolver
Porque tem proceder Pra que? Porque?
Só tem paquita loira, aqui não tem preta como apresentadora
Novela de escravo a emissora gosta mostra os pretos
Chibatadas pelas costas
Faz confusão na cabeça de um moleque que não gosta de escola
E admira uma intra-tek, Clik-clek Mão na cabeça
Quando for roubar dinheiro público
Vê se não esqueça
que na sua conta tem a honra de um homem envergonhado
Ao ter que ver sua família passando fome
Ordem e progresso e perdão
Na terra onde quem rouba muito não tem punição
É! Mantenho minha cabeça em pé!
Fale o que quiser pode vir que já é!
Junto com a ralé Sem dar marcha ré!
Só Deus pode me julgar por isso eu vou na fé !

Religião, O Ponto Cego da Evolução!

Religião, criada para o controle de massa, vem sendo substituída a algumas décadas pelo sistema monetário e agora que estamos caminhando para a substituição do "lucrativismo" deveríamos enterrar de vez esses velhos costumes.


Religião, o ponto cego da evolução!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

 O que não Poderemos Esquecer
 
Por que os homens só pensam "naquilo"? Por que nossas novelas só mostram "aquilo"? Por que nossos anúncios e propagandas insinuam "aquilo", sem parar? Porque fomos geneticamente programados a pensar "naquilo" com muita freqüência. Podemos esquecer de fazer uma série de coisas na vida. Podemos nos esquecer de tomar café ou de dizer bom-dia ao vizinho, mas de uma coisa jamais podemos nos esquecer: de nos reproduzir e ter filhos.
Cada um de nós está vivo porque somos o último elo de milhões de antepassados, nenhum dos quais se esqueceu de reproduzir-se. Quando as mulheres reclamam que homens só pensam "naquilo", elas estão sendo tremendamente injustas porque o instinto do "não esquecimento" está em ambos os sexos, e com a mesma intensidade. Afinal, nenhuma das mulheres que fazem parte da nossa genealogia se esqueceu de reproduzir-se. Hoje se suspeita até que mais mulheres traiam o marido do que vice-versa.
Coloque-se na posição de Deus no dia da criação. Você tem de decidir que tipo de ser humano criar. Você precisará definir a intensidade de qualidades como agilidade, inteligência, força, solidariedade e que grau de instinto sexual atribuir ao homem e à mulher. Como a energia é escassa, você não poderá dar grau 100 a cada qualidade humana.
Você daria 100 à inteligência, 60 à agilidade e 40 ao instinto sexual? Ou você daria 40 à inteligência, 60 à agilidade e 100 a nosso interesse "naquilo"? Você preferiria criar um ser humano inteligente, mas desligado, ou um ser humano mais bobão, mas com pouco risco de ser levado à extinção? Foi por essa segunda opção que Ele parece ter se decidido: criou um ser humano bobo, mas que vive pensando "naquilo".
Pela lei da probabilidade, entre nossos 4 milhões de ancestrais, mais de uma vez tivemos um antepassado meio esquecido e desligado, que só teve um filho aos 36 anos, pouco antes de ser comido pelos leões. O suficiente para ele deixar você como descendente. Todos nós escapamos por um triz de não estar lendo este artigo. Se Deus tivesse atribuído grau 40 em vez de 100, o que provavelmente muitos teólogos, papas e moralistas teriam escolhido, a sua história familiar seria outra, ou seja, inexistente.
Essa decisão divina explica muita coisa deste mundo maluco: esta burrice coletiva que assola o mundo e o Brasil e as besteiras que homens e mulheres cometem. Uma sábia decisão que hoje provoca uma série de problemas, como o erotismo desenfreado, a preocupação exagerada com o sexo, o desempenho e a traição, que trazem como conseqüência esta sociedade de consumo e de ostentação. Mas que nos permitiu chegar até aqui como somos: lerdos, burros, mas vivos.
A encrenca é que a maioria dos nossos publicitários, autores de telenovela, artistas, cineastas, a turma do "trair é normal" e do "tudo é permitido", usa e abusa desse nosso instinto supercaprichado para os próprios interesses. Um jovem hoje em dia terá sido exposto a 12.000 apelos sexuais antes de completar 14 anos, uma aberração cultural sem precedentes na história da humanidade. Hoje não precisamos ter doze filhos baseados na chance de que dois chegarão até a vida adulta. Estão deliberadamente abusando desse nosso gene de preservação para ganhar dinheiro para suas empresas e para si.
Se você acha divertido assistir a novelas que só tratam "daquilo", se você vive na internet procurando "aquilo", se você acha o máximo os livros que só tratam "daquilo", saiba que você está sendo usado e correndo risco de extinção. Estão afastando-o de sua verdadeira tarefa de procurar alguém ideal para fazer "aquilo" com amor e diversão. Estão usando o instinto mais caprichado que Deus nos deu para fazer justamente o contrário, deixar você isolado na frente do computador ou da televisão.
Nossos professores, artistas e cineastas, nossos líderes espirituais, nossa Igreja, nossos intelectuais estão se esquecendo de que sexo precisa ser de fato divertido, mas o segredo do divertimento são o comedimento, a surpresa e o mistério, e não essa massificação e banalização a que estão nos submetendo.
Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School (www.kanitz.com.br)
Revista Veja, Editora Abril, edição 2069, ano 41, nº 28, 16 de julho de 2008, página 22

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Matando um leão por dia!

                                       Ao invés de matar aprenda a amar..


- "Aprendi que somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto mais bravo o leão, mais gratos temos de ser. Por isso, aprendi a não só respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é importante, mas errônea: não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso. Porque o dia em que o leão, em nossas vidas morre, começamos a morrer junto com ele.”


A capacidade de luta que há em você,  precisa de adversidades para revelar-se.


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Poços de Caldas - Minas Gerais

Um cenário tão deslumbrante não poderia ter melhor redator que o estimado Rubens Caruso Júnior, pessoa que tive o prazer de conhecer e admiro.

Segue o link de seu site:

Memórias de Poços


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domingo, 17 de abril de 2011

‎"Eis que assisto o meu desmonte palmo a palmo e já não me aflijo em me tornar planície"

ELEGIA
                               (Carlos Drummond de Andrade)

 Ganhei (perdi) meu dia.
 E baixa a coisa fria
 também chamada noite, e o frio ao frio
 em bruma se entrelaçam, num suspiro.

 E me pergunto e me respiro
 na fuga deste dia que era mil
 para mim que esperava,
 os grandes sóis violentos, me sentia
 tão rico deste dia
 e lá se foi secreto, ao serro frio.

 Perdi minha alma à flor do dia ou já perdera
 bem antes sua vaga pedraria ?
 Mas quando me perdi, se estou perdido
 antes de haver nascido
 e me nasci votado à perda
 de frutos que não tenho nem colhia ?

 Gastei meu dia. Nele me perdi.
 De tantas perdas uma clara via
 por certo se abriria
 de mim a mim, estrela fria.
 As arvores lá fora se meditam.
 O inverno é quente em mim, que o estou berçando
 e em mim vai derretendo
 este torrão de sal que está chorando.

 Ah, chega de lamento e versos ditos
 ao ouvido de alguém sem rosto e sem justiça,
 ao ouvido do muro,
 ao liso ouvido gotejante
 de uma piscina que não sabe o tempo, e fia
 seu tapete de água, distraída.

 E vou me recolher
 ao cofre de fantasmas, que a notícia
 de perdidos lá não chegue nem açule
 os olhos policiais do amor-vigia.
 Não me procurem que me perdi eu mesmo
 como os homens se matam, e as enguias
 à loca se recolhem, na água fria.

 Dia,
 espelho de projeto não vivido,
 e contudo viver era tão flamas
 na promessa dos deuses; e é tão ríspido
 em meio aos oratórios já vazios
 em que a alma barroca tenta confortar-se
 mas só vislumbra o frio noutro frio.

 Meu Deus, essência estranha
 ao vaso que me sinto, ou forma vã,
 pois que, eu essência, não habito
 vossa arquitetura imerecida;
 meu Deus e meu conflito,
 nem vos dou conta de mim nem desafio
 as garras inefáveis: eis que assisto
 a meu desmonte palmo a palmo e não me aflijo
 de me tornar planície em que já pisam
 servos e bois e militares em serviço
 da sombra, e uma criança
 que o tempo novo me anuncia e nega.

 Terra a que me inclino sob o frio
 de minha testa que se alonga,
 e sinto mais presente quando aspiro
 em ti o fumo antigo dos parentes,
 minha terra, me tens; e teu cativo
 passeias brandamente
 como ao que vai morrer se estende a vista
 de espaços luminosos, intocáveis:
 em mim o que resiste são teus poros.
 E sou meu próprio frio que me fecho
 Corto o frio da folha. Sou teu frio.

 E sou meu próprio frio que me fecho
 longe do amor desabitado e líquido,
 amor em que me amaram, me feriram
 sete vezes por dia em sete dias
 de sete vidas de ouro,
 amor, fonte de eterno frio,
 minha pena deserta, ao fim de março,
 amor, quem contaria ?
 E já não sei se é jogo, ou se poesia.


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